“Quando na Terra cai água,
Tem colheita na plantação”.
Amigos estou feliz
Alegre de coração,
Pois a muito não se via
Tanta chuva na região,
Caindo água na Terra
Brotando a plantação.
Pois já fazem muitos dias
Que a chuva começaram,
Com certeza muita gente
As sementes semearam,
Os roçados estão bonitos
Com as plantas que brotaram. 01.
O inverno é a riqueza
Que queremos cidadão,
Tudo fica logo verde
Nessa nossa região,
E já começa a subir
A água do cacimbão.
Lembre
à poucos meses
A seca era de matar,
Aquelas cisternas novas
Começavam a rachar,
Quem queria água doce
Tinha mesmo que comprar.
As lagoas estavam secas
E os açudes também,
De água só a saliva
Na boquinha de alguém,
Agente olhava o Céu
Na fé que o povo tem. 02.
Pedimos a Deus do Céu
Com oração e com fé,
Prá mandar um bom inverno
Pra essa Serra do Cuité,
E pras outras regiões
É água que o povo quer.
Só que fazem muitos dias
Eu gosto de recordar,
O rosto feliz do povo
Vendo a chuva chegar,
E alguns com as enxadas
Começando à plantar.
Alegria grande mesmo
É do nosso agricultor,
Homem forte de coragem
Que não perde seu valor,
Na Terra ele registra
Com certeza seu amor. 03.
Os dias foram passando
Continuava a chover,
O trator cortando terra
Fazendo amolecer,
E também campinadeira
Que não posso esquecer.
De manhã o povo planta
Na tardinha tem inundação,
Pois a chuva continua
Nessa nossa região,
Hoje o agricultor já vê
O início da sua produção.
Agora um breve passeio
Vou dar nessa região,
Falando de nosso inverno
Também da situação,
Se eu errar me desculpem
Faz parte da narração. 04.
O açude do Caiongo
Tá enchendo, pode crer,
Pra alegria daquele povo
Com água para beber,
Qualquer dia passo lá
Com alegria e prazer.
O açude de Bonégio
Pras bandas de Coronel,
Na sangria muito peixe
Mais parece um carrocel,
Tem muito pescador lá
Parecem estar no Céu.
A lagoa da Cosite
É grande na extensão,
É rasa, tá quase cheia
Visite, me dê razão,
Fica em Nova Floresta
Pra alegria do povão. 05.
O açude de Zé Jorge
A alguns dias sangrou,
Lembre que ano passado
Com certeza ele secou,
Hoje tá cheio de novo
E o poeta observou.
A lagoa da Salamanta
Que muita gente quer bem,
Já juntou bastante água
Pra alegria de alguém,
Com certeza vai encher
E peixe chega também.
É muito bom falar em água
Nessa nossa região,
Pois esquecemos a carestia
Essa tal de inflação,
Pois chuva trás alimentos
Pra nossa população. 06.
A terra bem preparada
Com semente pra nascer,
Nasce milho e feijão
Aos poucos vemos crescer,
Com a fava enramando
Pra no futuro florescer.
Se o plantio é de roça
A semente é um cambão,
Cuidado com as formigas
Vermelhas que nem tição,
O veneno já não mata
Fruto da corrupção.
Não esqueçeram melancia
Na hora que foram plantar,
Um melão e um pepino
Que não poderia faltar,
Quiabo pro feijão verde
E maxixe pra completar. 07.
Quem tiver galinha solta
E não quizer confusão,
Prenda logo no chiqueiro
Ou coma com o feijão,
Pois os pés dessas danadas
Estraga teu roçadão.
Do jeito que tá chovendo
Nasce mato, pode crer,
Amole logo a enxada
Faça o espinhaço amolecer,
Quem trabalha, Deus ajuda
E arranja o que colher.
É gostoso um roçado
Quando vamos trabalhar,
Levando uma rapadura
Pra na sombra mastigar,
No cabaço, água fresca
Pra beber e esfriar. 08.
Nessa Serra dá de tudo
Quando a água molha o chão,
Grota segura o molhado
Fica verde a plantação,
Quem trabalha, colhe certo
Nessa nossa região.
Amigo eu fico triste
Quando passo numa esquina,
Mesmo com tanto inverno
Gente de cara pra cima,
Sem coragem de trabalhar
E conosco não combina.
Aproveitem esse inverno
E plantem para comer,
Um roçado bem tratado
Dá gosto agente ver,
Precisa de chuva e Sol
Para a lavoura crescer. 09.
Hoje é uma maravilha
Pelos sítios passear,
Tudo verde e bonito
Embelezando o olhar,
Muita gente trabalhando
Por onde você passar.
No roçado já tem milho
E é claro tem feijão,
Carioca ou macassar
Colhidos de mão em mão,
Com certeza alimentos
Prá nossa população.
No roçado jerimum
E melancia também,
A fava tá enramando
Em cima ou pelo chão,
É a fartura do inverno
Nessa nossa região. 10.
No roçado tem maxixe
E quiabo pode crer,
Tem macaxeira da boa
Tem água para beber,
A água é no barreiro
Com peixe pra se comer.
No roçado também tem
Muito mato pra limpar,
No roçado também tem
Formiga para cortar,
No roçado também tem
Cururu pra te ajudar.
É uma beleza o inverno
Nessa nossa região,
Para aquele que trabalha
Logo vem a produção,
E de fome ninguém morre
Em nossa população. 11.
Nossa Senhora de Fátima
Ao lado de São José,
Protejam o agricultor
Nessa Serra do Cuité,
Que trabalham com amor
Com confiança e com fé.
Pois um ano de inverno
Para o nosso agricultor,
É esperança de fartura
Que pra ele tem valor,
Muita
comida na mesa
De quem trabalha com amor.
No cordel fica um registro
De quem escreve de coração,
Que também é agricultor
Defendendo esse torrão,
Que é o matuto Flávio Dantas
O Poeta do Povão. 12.
Flávio Dantas
Jaçanã - RN
Email: flaviodantas35@yahoo.com
O poeta é natural de Campina Grande-PB, nascido em
09/10/63, sendo filho de Edmundo Dantas e de Severina Medeiros, é casado com
Lucicléa e tem um filho de nome Arthur. Desde de dezembro de 1969 reside em
Jaçanã-RN.
Sempre gostou de escrever rimas, mas
só a partir de 2002 começou à guardar seus trabalhos, ultrapassando hoje os mil
escritos, sendo esse o de nº 190 impresso em livreto de cordel.
Nesse trabalho o poeta demonstra sua
felicidade com o ano de inverno regular em nossa região, onde o homem do campo
já vê o fruto do seu trabalho começar a ser colhido.
“Quando na Terra cai água,
Tem colheita na plantação”.
Coleção Própria
/ Cordel nº 190
Jaçanã - RN
/ maio de 2011
Obrigado meu DEUS pela vida.
Autor: Flávio
Dantas
O Poeta do Povão
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